quarta-feira, 3 de março de 2010

3/8

"Tento acreditar como acreditava quando tinha cinco anos... Quando o coração te diz tudo o que precisas saber."


Ela aprendeu a sonhar assim, num tempo em que acreditava em amores eternos. Em que os sonhos nunca morriam, renasciam sempre e para sempre. E foi aí que a vida lhe ofereceu a sua primeira caixinha de música onde guardava os sonhos. Procurei-a hoje, já que a saudade me souprou de leve ao ouvido. E, nessa saudade, encontrei-a, só minha, abrindo-a no meu interior. E pensei "A caixinha deve estar repleta de coisas. Ainda lá deve estar a história da cinderela, da Bela Adormecida...do Romeu e Julieta. E ainda lá está o brilho das lágrimas que eu julgava serem bonitas e que me faziam acreditar que nenhuma dor era eterna." E eu queria chorar como as princesas e queria iluminar o mundo com as minhas lágrimas. Nessa caixinha, parece que todas as batalhas se vencem, excepto as do tempo.
E há ainda um grande sopro de amor eterno. Não se , não se cheira, não se toca, mas ele está lá, de mãos dadas com os sonhos eternos que eu continuo a acreditar serem isso mesmo, eternos. E percebo que a vida não roubou nunca essa caixinha de mim, porque ela, além de ter música, é mágica (lá dentro está uma guerreira capaz de proteger o melhor de mim). Lá dentro, os amantes eternos tocam infinitamente a melodia do seu beijo. E ainda lá está essa menina, sentada, com os cabelos aloirados, que com o tempo foram escurecendo, e os olhos grandes, como a sua verdadeira porta da alma, presos na televisão, cantando, ambicionando ser a princesinha que nunca morre, sempre desperta pelo amor do seu príncipe. E a pequena menina acreditava mesmo no amor eterno, esse mesmo que com um único olhar eternizava uma vida inteira. Deparo-me que já não sou a mesma menina. O tempo derrubou-a e construiu uma outra alma nos seus alicerces. O que restou? Os sonhos, talvez, porque eles são ainda a força mais poderosa do mundo. Porque eu quero ainda acreditar que a vida está errada e que a minha caixinha está eternamente certa. E assim embalo ainda a esperança de que o amor seja, apesar de tudo, eterno.
E, ingenuamente, ainda continuo a acreditar. Porque o tempo e tu derrubaram-me, mas não os alicerces que construí em pequena. Porque a caixinha é mágica, é de música ( a bailarina continua a dançar) e os sonhos são mesmo eternos. Porque ainda há algures em mim, sinais de um amor eterno.

2 comentários:

  1. A vida seria muito mais facil se fosse como nos contos de fadas...em que para além de ter sempre um final feliz...o amor era o heroi principal e a sua veracidade fazia tremer os nosso corações de crianças

    :)
    Beijinho*

    ResponderEliminar
  2. LOOL obrigado pela dica...acho q faço isso durante todo o dia (:

    MAs com o tempo fui descobrindo q nda é impossivel,basta é querermos

    bjinho*

    ResponderEliminar