domingo, 21 de março de 2010

Balançar mais para quê ?

Ainda existem formas de rasgar-mos mais o peito ?
Brinquei com emoções em parques infantis consumidos pelo tempo. Partilhámos tanto e a nossa cumplicidade era como raios quentes daquele sol de Verão. Andamos por caminhos nunca andados. Sentimos emoções nunca sentidas. Peguei-as no preciso momento em que se sentiram feridas numa brincadeira tola. Trocámos sorrisos discretos e elas (emoções) piscaram-me o olho subtilmente torneado num momento em que mais ninguém viu (nós nunca mais vimos, Sentimos, mas nunca mais vimos). Demos as mãos por debaixo de um chorão que, incrivelmente, segurava flores. Fizemos círculos aleatórios com os dedos frios na água cristalina enquanto planeavamos sonhos.
Acho que as Emoções só gostam de nós quando somos crianças.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A luz do Amor .

e a forma de dizer até qualquer dia



Desenhas-te horizontes por linhas ténues, bem delineadas, traças-te caminhos tão suaves, pelos quais me perdi. Tomas-te como tua aquela caixinha de tamanho infinito , onde te descobris-te, onde me descobri, onde nos descobrimos. Perdidos numa noite dada como nossa, amaste-me, amei-te, amamo-nos, numa noite como tantas outras, seguidas de dias (in)finitos. Uma noite escura iluminada simplesmente pelo brilho do nosso sorriso, que tem todas as cores de todos os sonhos.


Numa noite como todas as outras em que o desejo de voltar a ser, imperou .

By Your side

segunda-feira, 15 de março de 2010


"Ás vezes parece que foi há meia hora que estive aqui, neste cemitério, a ver o caixão descer e as lágrimas que me escorrem pela cara são as mesmas desse dia. Outras vezes, como hoje, em que o sol se reflecte com uma intensidade esmagadora nas lápides, vivo a sensação de alguma distância, como se o tempo, afinal, tivesse mesmo a capacidade de suavizar tudo, até a dor. "

"Alma de pássaro", Margarida Rebelo Pinto 

terça-feira, 9 de março de 2010

Para lá de alucinadas ...


... Não, as cá de casa não têm moedas, mas as miúdas acharam-lhe muita piada !!


Quando já nada nesta casa pode espantar (desde que descobrimos o Garfield versão humana mulher) , eis que ontem à noite, no descanso estudioso dos nossos quartos, o alarme de incêndio toca, e como sempre ninguém liga à primeira, mas é que o "bichinho" ontem até estava para o insistente, e claro que lá acabamos por sair dos quartos, mas nenhum quarto tinha a luz ligada, ou seja :

1º pensamento: "o alarme ta louco";

2º pensamento: "existe algum curtocircuito";

3ºpensamento: "vamos desligar o quadro da luz";

4º pensamento (o mais elaborado): "existe um espirito naquela coisa" ...


Mas, o que ninguém pensou, é que uma ou duas meninas, tiveram uma ideia para lá de estranha, psicótica, estapafúrdia, entre outros dos muitos nomes, tipo criançinhas, de partir dois monitores de quebrar em caso de incêndio :S , será que estavam com alucinações e viram fogo na sua imaginação ?


Digam lá se esta não é uma casa com meninas loucas, que pensam que ainda estão na creche ?! :o

quarta-feira, 3 de março de 2010

3/8

"Tento acreditar como acreditava quando tinha cinco anos... Quando o coração te diz tudo o que precisas saber."


Ela aprendeu a sonhar assim, num tempo em que acreditava em amores eternos. Em que os sonhos nunca morriam, renasciam sempre e para sempre. E foi aí que a vida lhe ofereceu a sua primeira caixinha de música onde guardava os sonhos. Procurei-a hoje, já que a saudade me souprou de leve ao ouvido. E, nessa saudade, encontrei-a, só minha, abrindo-a no meu interior. E pensei "A caixinha deve estar repleta de coisas. Ainda lá deve estar a história da cinderela, da Bela Adormecida...do Romeu e Julieta. E ainda lá está o brilho das lágrimas que eu julgava serem bonitas e que me faziam acreditar que nenhuma dor era eterna." E eu queria chorar como as princesas e queria iluminar o mundo com as minhas lágrimas. Nessa caixinha, parece que todas as batalhas se vencem, excepto as do tempo.
E há ainda um grande sopro de amor eterno. Não se , não se cheira, não se toca, mas ele está lá, de mãos dadas com os sonhos eternos que eu continuo a acreditar serem isso mesmo, eternos. E percebo que a vida não roubou nunca essa caixinha de mim, porque ela, além de ter música, é mágica (lá dentro está uma guerreira capaz de proteger o melhor de mim). Lá dentro, os amantes eternos tocam infinitamente a melodia do seu beijo. E ainda lá está essa menina, sentada, com os cabelos aloirados, que com o tempo foram escurecendo, e os olhos grandes, como a sua verdadeira porta da alma, presos na televisão, cantando, ambicionando ser a princesinha que nunca morre, sempre desperta pelo amor do seu príncipe. E a pequena menina acreditava mesmo no amor eterno, esse mesmo que com um único olhar eternizava uma vida inteira. Deparo-me que já não sou a mesma menina. O tempo derrubou-a e construiu uma outra alma nos seus alicerces. O que restou? Os sonhos, talvez, porque eles são ainda a força mais poderosa do mundo. Porque eu quero ainda acreditar que a vida está errada e que a minha caixinha está eternamente certa. E assim embalo ainda a esperança de que o amor seja, apesar de tudo, eterno.
E, ingenuamente, ainda continuo a acreditar. Porque o tempo e tu derrubaram-me, mas não os alicerces que construí em pequena. Porque a caixinha é mágica, é de música ( a bailarina continua a dançar) e os sonhos são mesmo eternos. Porque ainda há algures em mim, sinais de um amor eterno.