quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E tu onde te vais refugiar?

(...) Desculpa os dedos,que (te) querem tocar, mas descobrem segredos, de uma noite de mar.


Ouvesse ao longe alguém que canta "Há um perfume que ficou no ar, algo que está no olhar"... Mas, a expressão musical fechou-se com ele, quando levou, numa noite, a arte dela.
Desenhos de notas fechadas na pauta que ela não consegue acabar,criam o mapa de um passado deserto inteiramente preenchido, no qual ambos voaram pelas ruas das quais fizeram céu. Eram o "instrumento" um do outro, agora enquanto ele lhe pede que não desista, ela só quer que ele não se perca neste momento. As notas que faltam a esta melodia estão escondidas nos dedos de ambos, como metades iguais, mas há palavras que fazem parte da familia dela: um Da capo desenhado na mais fina folha,ao escrever esta melodia, ao som das teclas do seu piano, ao mesmo passo que a sua alma implora que ele a leve para onde vai- Da capo al coda.
No momento de passar a limpo a pauta, certamente o vento da janela que teima em estar aberta, levou a união do 1º para o 3º andamento- Da capo al fine. Restaram uns andamentos medianos que por entre notas melodiosas, falam por ela. Gritos do que ela pensa e que cala assim, numa pauta inacabada, em cima da estante do seu velho piano, são notas que não saem mais das mãos, ou letras que não saem mais da voz, de tantos dias e noites a tentar unir andamentos, que não são mais que pedaços de nós.


Espero um dia que ela tenha a pauta acabada,

e que os seus dedos corram

pelo teclado do piano como antes,

como sequiosa do que mais falta lhe faz...

2 comentários:

  1. pois é minha querida, o amor é mesmo assim... Como o xadrez. Gostei * Beijinho <3

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  2. Bela definição sobre o amor, adorei, o post ficou otimo!

    Beijos e bom fim de semana!

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