segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A.Ti

Uma noite. Iluminada, pela Lua. Um olhar. Doce, de pessoas crescidas. Um sorriso. Aberto, de quem não tinha nada a esconder. Uma multidão, resumida a nós. A fotografia, meia amarrotada pelo esconderijo forçado num livro que não me faça retroceder.
Coimbra. Chuvosa, de nuvens de algodão (doce) e sol que a ilumina. Lugar onde queria ser, contigo.
E uma carta, de muitas grandes palavras. Esquecida pelo tempo. Não entregue pelo orgulho que carrego.
Juras maiores que nós; barreiras de um destino que chegavam para os dois; e, uma Paixão contida que apetecia gritar, do tanto que nos preenchia. Se me roubassem corrias o mundo, dizias. Ou, se desaparecesse da tua vida, montavas tenda à minha porta, até que me dignasse a sair do meu casulo. Roubaram-me. Desapareci. Ou perdeste-me, já nem sei. Nego-te a ti, o sentimento. Mas, não nego o coração que me arde no centro do peito e tudo aquilo que choro, de esconder o que nunca tive coragem de te dizer, e de aceitar para mim própria, enquanto houve tempo.
Vem, leva o tempo que quiseres, mas vem. E aí ensinar-te-ei como se ama assim, sem doer, sem projectar, sem deixares de ser Tu. Volta a ser engenheiro de nós e voltarei a ser viajante, a arquitecta do teu coração. Mostrando-te os alicerces de que precisas, num “dócil sorriso, que carrega o mundo no olhar”.

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